29 setembro, 2004

ARQUITETURA E COMPORTAMENTO

Aprendi muito mais do que eu imaginava durante a faculdade. A teoria de que o espaço influencia no comportameno das pessoas não é paia de arquiteto querendo vender projeto. Essa influência realmente existe. Claro que existem arquitetos picaretas que usam certos termos que causam impacto no cliente. Trabalhei um vez em um escritório que os termos lúdico, intervenção urbana, interferência no espaço eram comumente empregados em frases que não queriam dizer nada. Existe esse tipo de profissional em todas as áreas.
Mas essa reflexão veio de uma experiência própria. Trampei em um edifício super tecnológico com catracas, piso de mármore, elevadores super modernos, divisórias de plásticos entre as mesas (odeio!!!), mas tb trampei em um muito parecido com a FAU, típico modernista: basicamente muito concreto, planta livre, pilotis (enfim,... só faltava o teto jardim).
No primeiro pude observar que as pessoas trabalham mais estressadas, mais agitadas. A influência do ambiente no comportamento das pessoas é clara. As divisórias criam corredores com menos de 1,5m de largura que fecham o espaço visualmente e que consequentemente contribuem no estresse. Soma-se ainda o tapete. Por que insistem em por tapete nos lugares?
No segundo caso, as divisórias são baixas de modo que a visão não é bloqueada. A planta é livre e sinto que as pessoas são menos estressadas o que não quer dizer que elas trabalhem menos. A diferença é qualidade na infra-estrutura de trabalho. E não é paia de arquiteto não. Claro que ambos os edifícios possuem vantagens e desvantagens. Por exemplo, ambos usam ar-condicionado. Duvido que tenham feito uma carta solar por que os computadores estão estrategicamente posicionados em lugares que não deveriam. Aí surgem as gambiarras: cortinas feias e que barram a luz, mas retem o calor, uso abusado do ar condicionado,... enfim... aquelas coisas. Essa reflexão veio de experiência pessoal a qual pude entender com toda convicção apenas agora. Lerdinha, eu? Imaginas. Somente após 5 anos e meio de estudo é que entendi. Bem.. pelo menos entendi, né?


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